Em entrevista ao Público.pt, Luca Argel fala sobre cada uma de suas faixas do álbum Conversa de Fila, lançado em 2019. Em uma ótima conversa com o jornalista Nuno Pacheco, ele conta onde vai buscar a inspiração para suas composições:
“Vem muito do dia-a-dia, é onde eu vou buscar essas pérolas”, diz Luca Argel ao PÚBLICO. “São coisas que ouço, tomo nota e depois transformo em canções. Este Conversa de Fila, de todos os trabalhos que já fiz, é o mais voltado para o humor.”
Dias de roqueiro
O bate papo recuou até a antiga banda de rock na escola e os ídolos de todos os tempos:
“Gostava muito de Led Zeppelin, e ainda gosto. Além deles, Beatles, Pink Floyd, eram as coisas que a gente gostava de ouvir. Só depois me comecei a apropriar um pouco do universo na música brasileira, foi um pouco tardio. Comecei a descobrir tudo do Chico Buarque, do Caetano Veloso, do Gilberto Gil” , surpreende Luca.
Luca também sobre a inspiração para escrever um dos maiores sucessos de Conversa de Fila, a música samba-invertido: a política brasileira:
“Acho que é a música mais surreal que eu já escrevi, mas ela teve uma inspiração muito concreta, que foi a votação em 2016 do impeachment da Dilma (Rousseff), no Brasil. Na sessão da câmara dos deputados, onde a gente via deputados com processos de corrupção até ao último fio do cabelo votando a favor do impeachment. Tudo ao contrário, foi surreal assistir àquela cena”.