Em 2023, “Sabina”, mais recente disco de Luca Argel, conquistou as editorias da Blitz, Expresso, e Observador como um dos álbuns mais destacados em Portugal em 2023.
Há semanas o cantautor luso-brasileiro Luca Argel assinou no jornal “Público” a crónica “Peça desculpas, senhor Presidente”, dirigida a Marcelo Rebelo de Sousa – que virou canção – como um pedido de reconhecimento das raízes de velhos problemas assentes no colonialismo português. “É olhando para o passado que a gente compreende o presente e projeta o futuro.” O seu álbum “Samba de Guerrilha”, de 2021, é a prova que as canções de intervenção podem ser samba e sonhar transformações sociais. “A arte estará a cumprir o seu maior potencial quando desconforta e comove. Gosto da música que confronta.” Autor de inúmeros livros de poesia – publicados em Portugal, Espanha e Brasil – Luca tem dado que falar com o tema “Países que ninguém invade” que cantou em dueto com “A garota não” e lança agora novo disco, “Sabina”, dia 22 de fevereiro, com canções solares e dançantes que evocam os corpos invisíveis da vida quotidiana. “Gosto de provocar.” Ouçam-no no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com Bernardo Mendonça.
O podcast semanal da Blitz, “Posto Emissor” tem Luca Argel como convidado da edição #147, onde fala sobre o novo álbum Sabina, sobre a importância do samba e do 25 de Abril.
Mamadou Ba ganha no Expresso um artigo em sua defesa endossado por corajosa fala de Luca Argel..
O sociólogo, ativista e deputado José Soeiro se refere ao desabafo feito pelo catautor ao site ‘Em Carne e Osso’:
“Sinto-me constrangido ao ver como Portugal, apesar de ser um país tão antigo, continua tão imaturo na leitura da sua própria história, com um amor próprio tão frágil que não suporta qualquer olhar crítico para o próprio passado”, diz Luca num ato de coragem.
Segundo Soeiro, as palavras do músico carioca vem a “propósito da proposta grotesca, impossível e ridicularmente inconstitucional de deportar um cidadão português, Mamadou Ba”
“…por dizer o que tantos outros disseram: que a história de Marcelino da Mata é a de uma galeria de crimes de guerra, aliás exibidos pelo próprio em várias declarações públicas”, completa Soeiro.
Cantar e lutar
As palavras de Luca, no entanto, vêm de encontro com o seu novo trabalho Samba de Guerrilha. O artigo cita, sobretudo, a coerência do catautor cujo novo álbum é também uma verdadeira aula de história sobre séculos de resistência.
A obra lançada em formato digital e de jornal impresso fala sobre racismo e seus meandros ao longo do tempo.